A força de um convite. O poder de um desafio
Meus amados
missionários,
Escrevo essa
semana sobre a força de um convite e o poder de um desafio. Fomos chamados para
ensinar arrependimento e batizar conversos. Cumprimos esse propósito ao ajudar
as pessoas a se achegarem a Cristo. O próprio Salvador fez este convite: Vinde
a mim; andai comigo; segue-me. Como seus representantes, somos mensageiros
deste convite. É por isso que o propósito missionário tem início com o verbo
“convidar”.
O capítulo 11 de
Pregar Meu Evangelho nos ensina: “Como
missionário você deseja a salvação das almas. (Ver Mosias 28:3.) Você sabe que
somente sob a condição do arrependimento as pessoas podem achegar-se a Cristo e
ser salvas. (Ver D&C 18:10-16.) Uma maneira de cumprir seu desejo é clamar
arrependimento (ver Alma 15:49; 29:1-2) e convidar destemidamente as
pessoas a exercerem sua fé no arrependimento, a serem batizadas pela água e
pelo Espírito (ver Mórmon 7:10) e perseverarem fielmente até o fim” (PME 211).
“Quando você pede um compromisso como parte de seu ensino, está convidando o
pesquisador a arrepender-se” (PME 212).
Como
missionários, estendemos muitos convites e desafios. Devemos fazer isso a cada
instante. Um princípio ensinado deve ser seguido de um convite à ação.
Portanto, não podemos temer convidar às pessoas a agir, pois quando convidamos
estamos em verdade cumprindo a essência de nosso propósito e transmitindo um
chamamento que já foi feito pelo Salvador.
Há uma grande
promessa nas escrituras que nos ajuda a afastar qualquer tipo de temor ao
servir a Deus. A promessa é que se desenvolvermos amor pelas pessoas que estão
ao nosso redor, um dos efeitos é que esse amor afastará o temor. É isso que
lemos em 1º João 4:18 – “No amor não há temor, antes o perfeito amor lança
fora o temor; porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em
amor”.
Neste momento,
eu convido vocês a uma ponderação: você tem algum medo de fazer novos
pesquisadores? Você tem algum medo de convidar e desafiar as pessoas a ler e
orar? Você tem algum medo de convidar e desafiar as pessoas a virem à Igreja? Você
tem algum medo de desafiar as pessoas ao batismo? Caso você sinta algum tipo de
medo ou insegurança para estender esses convites, lembre-se que ao desenvolver
amor por essas pessoas, você vai lançar fora o temor. Quem ama não teme. Quem
ama convida. Quem ama, desafia.
A força de um
convite e o poder de um desafio podem ser aprendidos na história de Artemus
Millet, que foi o construtor responsável pelo Templo de Kirtlland. Durante a
fase de planejamento da construção desse templo, o profeta Joseph Smith e os
demais líderes da Igreja lidavam com um grande desafio. Ninguém naquele grupo
sabia como construir um templo e tampouco tinham os recursos para fazê-lo.
Como seria
possível edificar um templo ao Senhor sem o conhecimento e o dinheiro
necessários para construi-lo? Aqueles irmãos, porém, sabiam que o desafio de
construir um templo vinha do Senhor e que Ele prepararia um caminho.
Joseph então fez
um convite, um desafio, mesmo uma designação para Brigham Young. Disse ele para
Brigham: você deve ir ao Canadá e lá batizar um homem chamado Artemus Millet
que é um conhecedor da técnica de construção que necessitamos. Você também deve
trazê-lo a Kirtland e Artemus deve trazer consigo a quantia de US$1.000,00 (hum
mil dólares americanos). Pensem nessa designação. Ir para um outro país, o
Canadá; ensinar e batizar um homem; fazê-lo com que saísse de seu país para se
unir aos santos em Kirtland e trazer consigo uma grande quantia de dinheiro
para a época, a fim de doá-lo para a construção do templo.
Seria muito razoável
se Brigham Young dissesse: Joseph, o que você pede é muito difícil. Como eu
posso ir até o Canadá, batizar esse homem, trazê-lo para Kirtland, convencê-lo
a doar uma quantia tão elevada e ainda pedir que ele trabalhe na construção do
templo sem qualquer salário? Bem, essa não foi a atitude de Brigham Young. Ele
aceitou o desafio e colocou a sua fé em Deus. Ele sabia que era instrumento nas
mãos de Deus para fazer um convite e um desafio para Artemus Millet. Ele não
temeu. Muito pelo contrário, ele amou. Ele, Brigham Young, amou Artemus, amou a
causa; amou a Deus e como resultado, fez convites e desafios firmes para
Artemus.
Artemus Millet
se batizou na Igreja. Mudou do Canadá para os EUA, Kirtland. Trouxe consigo a
sua família e também a quantia de US$1.000,00. (hum mil dólares americanos) e
doou essa quantia para a construção do templo. Ele ajudou a construir o templo
de Kirtland, o primeiro templo dessa dispensação. Tudo isso, em razão convites
e desafios firmes.
Um convite é
firme quando é feito de maneira direta. O convite deve permitir aquele que o
recebe simplesmente dizer “sim”. Você vai orar? Você vai ler o Livro de Mórmon?
Precisamos prometer bençãos. Pregar Meu Evangelho ensina ”As pessoas
precisam de um motivo para mudarem seus pensamentos e ações. As bênçãos
prometidas freqüentemente proporcionam uma vigorosa motivação para que as
pessoas obedeçam a Deus”(PME214).
Feito o convite
ou desafio, precisamos testificar das bençãos prometidas. Artemus Millet
aceitou o convite porque recebeu um desafio firme, ouviu o testemunho poderoso
de Brigham Young e acreditou nas bençãos prometidas. Por fim, o convite precisa
ser acompanhado. Lemos em PME “Fazer um convite sem acompanhamento é como
começar uma jornada sem concluí-la ou comprar a entrada para um concerto, sem
ir ao teatro. Sem a ação concluída, o compromisso não tem sentido”.(página 217).
Ao entendermos
que somos mensageiros dos convites já feitos por Cristo; que a essência de
nosso propósito é convidar as pessoas a virem a Cristo. Ao vencermos o temor
por meio do amor; ao falarmos de maneira direta, prometer bençãos, testificar e
acompanhar, vamos ajudar os filhos de Deus em sua estrada do arrependimento.
Precisamos convidar; precisamos desafiar, pois somente assim vamos ajudar de
maneira mais eficaz as pessoas a se arrependerem.
Como vocês
sabem, temos em nossa missão mais de 7.000 missionários. É isso mesmo, mais de
7.000 missionários. Para quem se surpreendeu eu gostaria de lembrar que cada
membro é um missionários. Portanto, imaginem a força missionária se todos os
7.000 missionários e mais os 170 missionários de tempo integral trabalharem
juntos e se especializarem em fazer convites e desafios. Pensem por um instante
quantas pessoas poderiam ser abençoadas e poderiam mudar.
Quero esclarecer
que os membros não precisam fazer desafios batismais. Porém, eles podem
aprender a fazerem convites simples. Eles podem convidar seus amigos para a
conferência da Estaca; para uma reunião batismal; para um projeto de serviço;
para uma reunião familiar; para assistirem um de seus discursos; para uma noite
de integração; para jogar futebol na capela; etc.. Convites simples que vão
ajudar seus amigos a atender o convite final de vir a Cristo, andar com Cristo
e caminhar com Cristo.
Precisamos
melhorar nossa capacidade de convidar e desafiar e ao mesmo tempo ajudar os
membros a fazerem convites firmes aos seus amigos. Façam práticas com eles;
usem os novos vídeos da Igreja que demonstram o quão simples é convidar seus
amigos.
As pessoas se
sentem incluídas e amadas quando são convidadas. Quem ama, convida.
Eu tenho uma
visão. Vejo missionários destemidos e especialistas em convidar e desafiar.
Vejo missionários que entendem plenamente seu propósito. Vejo membros que
convidam seus amigos a fazerem coisas simples, a virem e verem. Vejo o Reino de
Deus crescendo pela força de um convite e o poder de um desafio.
Neste momento eu
gostaria de convidá-los e mesmo desafiá-los a mais e mais construírem essa
visão. Sejam destemidos para convidar; demonstrem seu amor ao fazê-lo. Ensinem
os membros a convidarem seus amigos e eu prometo que vocês vão poder ajudar
muitas pessoas a virem às águas do batismo e da confirmação.
Após a
confirmação, não se esqueçam do convite para o segundo batismo. Esses novos
irmãos precisam ir ao templo. Ajudem-nos para que sejam entrevistados pelos
nossos amados bispos e que possam ter a sua recomendação ao templo. Ajudem-nos
com a conta SUD para que se envolvam com a História da Família e possam levar
nomes de familiares ao templo.
As pessoas
precisam ser convidadas e desafiadas. Infelizmente, há muitos convites
destrutivos no mundo. Várias pessoas aceitam esses convites e se perdem. Como
representantes de Cristo, precisamos estar unidos com os membros e convidar
mais e mais, pois há muitos que esperam para ser convidados e desafiados.
Testifico da
verdade dessas coisas. Testifico do amor de Deus. Testifico que um convite pode
mudar vidas. Saibam o quanto amamos e oramos por vocês, pelo que são e por tudo
que representam.
Rumo aos 3.000.
Com amor,
Presidente e
Sister Leite
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