O poder do senso de urgência


Meus amados missionários,
Há uma dádiva que todos nós recebemos do Pai Celestial: o tempo. Cada um de nós tem 24 horas diárias. Não sabemos o total de dias de nossas vidas, mas sabemos que em cada um deles o Senhor nos agraciou com esse período de 24 horas. Juntamente com essa dádiva, o Senhor também nos abençoou com o arbítrio, que segundo o Guia de Estudo das Escrituras é “ a habilidade e privilégio que Deus nos concede de escolhermos e agirmos por nós mesmos”. A forma como usamos e fruímos dessas duas bençãos (24 horas por dia X arbítrio) define um destino eterno.
Há pelo menos duas atitudes que podemos adotar diante da grande benção chamada “tempo”. Uma delas é a atitude da “procrastinação” a outra é a atitude do “senso de urgência”.
O dicionário ensina que procrastinar significa “adiar, prolongar, demorar em relação a algo que precisa ser resolvido”. Assim, quem adota essa atitude desperdiça o tempo, pois deixa tudo para depois. Esse vive uma vida abaixo de seus privilégios e expectativas, os seus dias passam e as lições importantes dessa existência não são aprendidas, porque o “aluno”, ao deixar tudo para depois, simplesmente não aprende o que a lição poderia lhe ensinar. Quem procrastina coloca em risco um legado de boas realizações.
Para ilustrar, um jovem pode adiar a sua missão e assim postergar ensinamentos fundamentais para a sua vida e para outros. Um missionário retornado pode postergar indefinidamente o casamento e assim deixar de progredir na medida em que não obedece a um mandamento de Deus.
Um outro exemplo. Muitos pesquisadores sentem o Espírito ao ouvirem sobre a mensagem do evangelho restaurado e sabem que precisam agir de acordo com as verdades que ouviram. O inimigo, porém, trabalha com alguns pesquisadores não para negar o que sentiram e aprenderam mas sim para que deixem a sua decisão para depois. Ao fazê-lo, ao deixar de agir, o Espírito se afasta e o pesquisador se enfraquece em sua fé.
De fato, o inimigo e suas hostes não pregam à maioria das pessoas que Deus não existe e que Jesus não é o Cristo. O inimigo usa uma tática mais perversa. Ele ensina às pessoas a “procrastinar”, a deixar tudo para depois.
O Senhor, porém, ensina a “não deixar o dia do arrependimento para o fim” (Alma 34:33). Portanto, procrastinar não é a doutrina do Senhor. Deixar para depois algo que precisa ser resolvido hoje é a doutrina do inimigo.
Para quem procrastina, a missão é importante, mas pode ficar para depois. O casamento é ordenado por Deus, mas não agora. Preciso ser batizado, mas isso pode esperar. Sei que preciso me arrepender, mas não hoje.
Assim, testifico que procrastinar não vem de Deus.
Por outro lado, “senso de urgência” é o tempo de resposta de um indivíduo para agir a partir de um determinado conhecimento ou informação.
Quem escolhe reagir com “senso de urgência” o faz de forma rápida e eficaz. Esse  demonstra valorizar o que lhe fora ensinado.  Alma ensinou o evangelho aos Zoramitas e lhes disse que deveriam se arrepender rapidamente, conforme citei acima. Josué ao ensinar o seu povo lhes disse “Escolhei hoje” a quem sirvais... Eu e a minha casa serviremos ao Senhor”. (Josué 24:15)
O Apóstolo Paulo demonstrou senso de urgência ao declarar aos Filipenses “Uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”. (Filipenses 3:13-14)
O próprio Salvador ensinou: “Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar.Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo”. (João 9:4-5)
Lemos em PME : “Se você rebaixar suas expectativas, sua eficácia diminuirá, seu desejo enfraquecerá e você terá maior dificuldade de seguir o Espírito (PME Página 10).
Portanto,  espera-se “senso de urgência” dos discípulos de Cristo para realizar a Sua obra. Joseph Smith, por exemplo, traduziu o Livro de Mórmon em 63 dias. O evangelho é calmo e quieto no tocante às ponderações e reflexões. Porém, em relação ao trabalho de salvação “acelerar” é a palavra que deve resumir nossa atitude.
Ensino esses princípios para vocês pois como missionários precisamos continuamente ter “senso de urgência”. Esta é a atitude que o Senhor deseja que adotemos enquanto Seus representantes. Ele não deseja que procrastinemos o bem que viemos a fazer, mas sim que adotemos uma postura pró-ativa e urgente em relação a essa obra.
Como posso avaliar o meu “senso de urgência”? Mais uma vez, as pequenas coisas vão demonstrar como você está em relação a este aspecto relevante da obra. Começa com os seus pensamentos. Eles estão voltados totalmente para essa obra? As escrituras são claras: “que a virtude adorne seus pensamentos incessantemente” (D&C 121:45); “rechaçai vossos pensamentos ociosos”(D&C 88:55). Devemos servir a Deus de todo o coração, poder mente e força (D&C 4:2).
Quem se volta integralmente ao seu chamado desenvolve “senso de urgência” pois entende a profundidade da obra que realiza e sabe que não há tempo a perder.
Demonstramos “senso de urgência” quando estabelecemos metas desafiadoras, realistas e trabalhamos por elas. A meta, como ensina PME, é a expressão escrita de nosso desejo. Quanto os pensamentos estão voltados integralmente à obra, nosso desejo será o de alcançar as metas e buscar a excelência. Isso vai despesar o “senso de urgência”.
Demonstramos “senso de urgência” quando não perdemos tempo desnecessariamente na casa dos membros. Precisamos sim “trabalhar com os membros” para expandir a obra, mas não “desfrutar dos membros”, pessoalmente, em razão da obra. Fazemos isso aproveitando cada oportunidade para ensinar o evangelho aos membros e convidá-los a agir por meio das diversas maneiras que já discutimos (barquinho; Mateus 26; quem você vai levar ao templo?; história da família; O Livro de Mórmon etc..). Assim, devemos ficar o tempo necessário na casa dos membros, para o trabalho e não para o desfrute.
Demonstramos “senso de urgência” quando planejamos nossas lições para ensiná-las em 20 minutos, de maneira que possamos ensinar mais pessoas ao longo do dia e convidar mais pessoas a agir.
Conforme ensinei nessa mensagem, “Senso de urgência” é o contrário de “Procrastinação”. O primeiro vem de Deus. O segundo, vem do inimigo. Entenda também que ter “senso de urgência” não significa trabalhar de maneira atrapalhada, sem planejamento. Significa ter constância, “fazer o bem continuamente”, sem cessar e sem cansar (D&C 64:33).
Alguns podem pensar que trabalhar de maneira contínua, buscar realizar o bem sem cessar, manter elevado nível de foco ao fazermos a obra pode causar algum stress. Alguns podem pensar que a busca contínua pela excelência pode causar alguma angústia. Porém, de maneira muito sincera e honesta, eu prefiro a angústia que vem de buscar, do que a paz que vem de se acomodar.  A angústia da busca é aliviada quando sabemos para quem trabalhamos. Cristo é o nosso Mestre. Ele simplesmente deseja que façamos o nosso melhor. Ele é o bálsamo. Assim, essa angústia se desfaz com a oração sincera ao Pai Celestial e com o amor incondicional de Cristo.
A paz da acomodação nos leva ao ócio; nos leva ao desperdício do tempo; nos leva à condição de expectadores da vida, enquanto que o desejo do Senhor é que sejamos agentes.
Oro profundamente para que desenvolvamos cada vez mais “senso de urgência”. Vocês são ótimos. Têm feito muito bem, mas sempre podemos melhorar! Sei que podemos alcançar os 3.000 batismos este ano e o “senso de urgência”, como atributo no uso do grande presente que recebemos, nossas 24 horas diárias, vai contribuir grandemente para este feito.

Rumo aos 3.000.

Com amor,

Presidente e Sister Leite

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