O que buscais? O que me falta ainda?




Meus amados missionários,
Hoje foi um dia histórico para toda a Igreja. Neste dia teve início o novo horário das reuniões dominicais, com a redução para 1 hora de reunião sacramental, seguida de 50 minutos de estudo conjunto do manual Vem e Segue-me. Este novo horário marca de forma prática a ênfase que vem sendo dada à adoração no dia do Senhor e a relevência de termos o lar como centro para o ensino do evangelho.
Devemos estar bem animados com este momento pois a ênfase no dia do Senhor, o estudo do evangelho no lar, vão resultar em famílias mais fortes e assim mais envolvidas na obra do Senhor.
O novo horário também facilitará aos pesquisadores pois eles são convidados a “velar por 1 hora” apenas durante a reunião sacramental e a permanecerem juntamente com os membros em mais uma aula. Ensinem a doutrina do sacramento. Ensinem a doutrina de velar com Cristo. Ensinem a doutrina do Dia do Senhor e mais e mais pesquisadores vão assistir a Igreja, prometo a vocês.
Durante esta semana, na minha preparação pessoal e familiar do curso Vem e Segue-me, deparei com o questionamento “O que buscais?”  Este questionamento foi colocado no contexto do estudo das escrituras. O que buscais ao estudar as escrituras? O que você deseja aprender? No curso do estudo dessa semana também estudamos acerca do moço que perguntou ao Senhor “O que devo fazer para conseguir a vida eterna?” Após ouvir a resposta do Senhor, o bom moço perguntou “O que me falta ainda?”.
Na mensagem desta semana eu gostaria de convidá-los a ponderar sobre essas duas perguntas.  “O que buscais?”  “O que me falta ainda?”
Todos os dias é dia de busca. Essa busca é dirigida conforme o desejo de nossos corações. Assim, em outras palavras, a pergunta “O que buscais?”, pode ser entendida como “O que desejas tu?”
Este questionamento nos leva ao mais profundo exame acerca de nossos pensamentos, intentos, propósito, ações, pois buscamos aquilo que desejamos.  Néfi, ao aprender sobre o sonho de seu pai declarou  “Pois aconteceu que depois de haver desejado saber as coisas que meu pai tinha visto e acreditando que o Senhor teria poder de torná-las conhecidas a mim... fui arrebatado pelo Espírito do Senhor, sim, a uma montanha muito alta... E o Espírito perguntou-me: Que desejas tu?. E eu respondi: Desejo ver as coisas que meu pai viu” (1º Néfi 11:1-3).
Notem que em razão de seu profundo desejo, Néfi foi arrebatado a aprendeu sobre o sonho de seu pai Lei. O desejo precede todos os pensamentos e ações. O grande desejo de Néfi o fez agir e o Senhor o concedeu, conforme o desejo justo de seu coração.
Néfi buscava conhecer e fazer a vontade do Senhor. Esse era o seu desejo constante. Em razão dessa decisão, ele desenvolveu poder e quando ensinava, o fazia com o poder de Deus.
Esta semana, em uma entrevista, discutimos sobre uma das manifestações deste grande poder de Néfi, decorrente de seus desejos e ações justas. Lemos em 1º Néfi 7:4-5
E aconteceu que subimos à casa de Ismael e obtivemos favor aos olhos de Ismael, de maneira que lhe transmitimos as palavras do Senhor. E aconteceu que o Senhor enterneceu o coração de Ismael e também de sua casa de tal maneira que eles desceram conosco ao deserto, à tenda de nosso pai.
Pensem comigo por um instante no ensino poderoso de Néfi ao transmitir as palavras do Senhor para Ismael e sua família. Eu consigo imaginar Néfi sentado diante da família de Ismael, ensinando-lhe cheio do Espírito do Senhor, com tal poder de convencimento, que Ismael e sua família não poderiam negar a presença do Espírito e fariam tudo aquilo que o Senhor lhes pedisse.
Ao final da lição, Néfi lhe propôs um compromisso. Que Ismael deixasse sua casa e bens e com toda a sua família fosse para o deserto, à tenda de seu pai. Ponderem um pouco sobre o poder de convencimento de Néfi. Diz a escritura que o Senhor enterneceu o coração de Ismael e ele aceitou o compromisso de abandonar tudo para ir ao deserto.
Néfi desenvolveu poder porque o desejo de seu coração era puro. Ele se banqueteava e se deleitava com as escrituras. O seu desejo o levava a buscar a fazer a vontade de Deus. Em consequência, o Senhor lhe deu o poder para convencer os homens, mesmo o Seu Espírito.
Quando leio essa escritura me ocorre o seguinte pensamento: se pensamentos puros, desejos elevados, resultam no poder para convencer uma família toda a ir para o deserto, será que esta mesma atitude não resultaria em força maior para trazer famílias para as águas?
Em outras palavras, aquilo que buscamos, que pensamos, que fazemos nós traz poder e o Senhor vai enternecer o coração das pessoas que ensinamos, assim como enterneceu o coração da família de Ismael para que venham às águas, mesmos às águas do batismo.
O poder de convencimento, do início da conversão, decorre da retidão, de desejos e pensamentos constantemente justos e elevados. O que buscais? O que desejas tu?
Oro sinceramente para que todos desejem levar famílias às águas do batismo. Se o Senhor enterneceu o coração de Ismael para ir ao deserto, Ele vai enternecer o coração das famílias que ensinamos para que literalmente saiam do deserto e venham ás águas.
Neste contexto, eu pergunto: o que me falta ainda para desenvolver mais poder ao ensinar? O que preciso fazer para desenvolver este poder de convencimento dos homens? O que me falta ainda para estar sempre com o Espírito de maneira que o Senhor vai enternecer o coração das pessoas que ensinamos para que mais pessoas venham às águas do batismo?
Assim como o bom moço que abordou o Mestre, poderá nos faltar algo. Aquele jovem era um bom moço. Na verdade, ela guardava os mandamentos desde a sua infância. Porém, no seu teste final ele não passou, pois tinha o coração preso ás coisas do mundo. Para ele, não faltava o desejo de guardar os mandamentos da lei. Ele honrava pai e mãe, não adulterava, não dizia falso testemunho, amava seu próximo. Era um excelente jovem. Porém, naquilo específico que lhe fora pedido, ele não pode atender e assim, deixou de seguir o Mestre e desenvolver o poder necessário para, em nome Dele, ministrar ao outros com amplo poder de convencimento, pois lhe faltava algo que ele não estava disposto a conseguir.
O que falta para você? O que te falta para desenvolver maior poder? O que te falta para tirar mais famílias do deserto e levá-las às águas? A resposta nos levará sempre às pequenas coisas, pois de pequenas coisas provém as grandes.
Como é a sua linguagem? Talvez lhe falte abolir definitivamente qualquer gíria de seu linguajar. Sobre o que você conversa? Você é tentado e sucumbe ao virus da fofoca e adota uma fala não edificante acerca de outros membros ou missionários? Talvez lhe falte adotar uma fala mais edificante. Você demonstra a sua fé nas pequenas coisas ou ainda tem um coração hesitante sobre alguma regra da missão? Talvez lhe falte exercer a sua fé nas coisas pequenas. Você mantém o foco no trabalho ou se dispersa com facilidade? Talvez lhe falte mais foco na obra. Você ama seus pesquisadores e está disposto a fazer continuamente as pequenas coisas também pelo seu amor a eles?
Se você estivesse na posição do bom moço, posso-lhe dizer que o Salvador iria te desafiar a fazer aquilo que para você é o mais necessário e mais desafiador ao mesmo tempo. Será que preciso melhorar meu inventário de dupla? Será que preciso ter mais caridade com meu companheiro(a)? Será que preciso escutar mais e corrigir menos? Será que preciso melhorar o meu estudo pessoal? Meu estudo com o companheiro?
Eu testifico que quando buscamos constantemente fazer a vontade do Senhor e adotamos a atitude “o que me falta ainda”, mesmo com nossas imperfeições, o poder expiatório vai nos fortalecer e vamos, mediante arrependimento contínuo, mesmo ás pequenas coisas, desenvolver mais e mais o poder para convencer os homens. O hino 2 Tal Como um Facho tem uma estrofe que diz ”que teus missionários aos povos convençam”. Este poder para convencer os homens está intimamente relacionado ao que buscamos, ao que desejamos e a disposição continua de fazer o que nos falta ainda.
Que neste início de ano possamos desenvolver o poder para trazer muitas famílias para as águas do batismo. Que sejamos como Néfi de outrora, cheio desse poder de convencimento. Que o Senhor possa enternecer o coração das pessoas a quem ensinamos, mediante o que buscamos e o que desejamos.
Muito obrigado por tudo que fazem, mas sei que sempre podemos fazer mais e mais. Vamos buscar e desejar batizar 3.000 este ano. Sei que é possível, pois é um desejo justo.
Com amor,
Presidente e Sister Leite


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