Joseph Smith, o profeta da restauração.




Amados missionários,
Escrevo este informativo da cidade de Juazeiro do Norte. Viajei para essa acolhedora cidade neste final de semana para participar da reunião geral do Sacerdócio da Estaca em apoio à criação de um distrito que pretendemos criar na região. Tivemos uma reunião geral com 210 portadores do sacerdócio. Foi uma reunião muito espiritual e muito especial. Nessa reunião, mais 12 homens receberam o Sacerdócio de Melquisedeque. É a obra de Deus avançando no interior de nossa missão.
Esta semana, Elder Godinho e Elder De Souza almoçaram em nossa casa. Ao final, eles compartilharam conosco a mensagem da restauração do evangelho. O Espírito era muito forte e naquele momento eu decidi escrever esta semana sobre a restauração do evangelho e o chamado profético de Joseph Smith. Vou escrever em uma perspectiva um pouco diferente daquela que ensinamos, bem mais pessoal, diante da importância do testemunho que eu minha família tem sobre esse grande profeta.
No dia 26 de junho de 2014 eu tive uma experiência pessoal e familiar inesquecível. Naquela data, eu completei 50 anos de idade. Havíamos decidido anteriormente que aquele dia seria especial e planejamos viajar e  fazer uma visita ao Bosque Sagrado, situado na cidade de Palmyra, Estado de Nova York. Viajamos como família e visitamos os pontos históricos da Igreja. Antes de irmos ao Bosque Sagrado, visitamos a casa onde Joseph Smith morava com a sua família durante a primavera de 1820. Um local simples, uma fazenda do século XIX, sem muitos recursos ou tecnologia, mas uma área em que você realmente sente a presença dos anjos.
Ao me dirigir ao Bosque Sagrado com a minha família e passar muitas horas naquele local inspirador, minha mente se voltou para o início de tudo. Mais uma vez, pude sentir um testemunho forte do Espírito Santo testificando para mim que naquele local, um jovem de apenas 14 anos de idade, tivera uma visão do Pai e do Filho. Mais uma vez eu pude sentir que a obra para a qual eu e a minha família temos dedicado grande parte de nossa vida, não é obra dos homens, mas sim obra Divina. Não se assenta sobre a interpretação, mas sim em revelação.
O jovem Joseph nasceu em uma família que vivia da terra. Pessoas simples, trabalhadoras, sem muita educação formal, mas de grandes princípios e valores morais. Seua antepassados lutaram na guerra de independência dos Estados Unidos. Viviam na região do Estado de Massachussets mas depois mudaram-se para Vermont e finalmente, Palmyra, New York. Essas mudanças sempre ocorriam por razões de sobrevivência, na busca de terras mais baratas e férteis.
Era uma família de 11 filhos, que vivia em moradias simples e produziam o necessário para sustentar a grande família. Não tinham posses. Enfrentaram as grandes provações da vida, como doenças, poucos recursos e a perda de filhos queridos. Eram, porém, uma família de valores cristãos consolidados. Estudavam a Bíblia em família e cultivavam valores espirituais como a oração e o dia santificado ao Senhor.
Foi nesse ambiente modesto, sem muitos recursos, mas em uma boa família, numa fazenda em Vermont, que no dia 23 de dezembro de 1805, nasceu Joseph Smith Junior. Ele teve uma infância comum, de uma criança criada em uma fazenda. Brincava com seus irmãos, trabalhava duro na fazenda e se educava, na maior parte do tempo, informalmente. Há dois acontecimentos marcantes em sua infância: a febre tifóide que resultou em uma grave infecção em sua perna e a morte de seu irmão mais velho. Esses dois episódios servem para ilustrar as adversidades de sua vida, desde pequeno.
Joseph sempre foi uma criança e um jovem atento aos ensinamentos de seus pais. Ele cultivava valores espirituais e tinha o real intento de conhecer sobre as coisas divinas. Em sua mocidade, vivia confuso com as muitas crenças e debates acalorados sobre religião. De fato, os Estados Unidos passavam por um período conhecido na história daquele país como “O segundo despertar”, um momento histórico em que as pessoas realmente se importavam e discutiam questões religiosas de forma  até agressiva.
É compreensível entender  a angústia daquele jovem. As falas e pregações dos líderes religiosos da época eram apaixonadas, contundentes e certamente essas condutas incomodavam o jovem Joseph. Acostumado a ser autodidata, ele iniciou sua busca pela verdade e se debruçou sobre as escrituras. Aprendeu ao ler Tiago 1:5 que toda verdade vem de Deus e que deveria perguntar a Ele.
Em seus registros, Joseph relata que nunca uma passagem de escritura tocou tão profundamente o seu coração como aquela passagem. Parecia ter penetrado em todas as fibras de seu coração! Consigo entender a sua exclamação e alívio. Ele aprendeu que verdades espirituais vem de Deus e que ele deveria orar. Foi um alívio profundo para ele saber que não dependia mais de homens para aprender de Deus e que ele poderia, por si mesmo, buscar a verdade, bastando para tanto que pedisse a Deus com fé.
Foi alicerçado neste conhecimento e aprendizado espiritual, que ele teve a visão do Pai e do Filho; foi alicerçado neste testemunho que teve as visões do anjo Moroni, de João Batista, de Pedro, Tiago e João; que os céus foram abertos e ele pode vislumbrar o Reino Celestial; que pode restaurar as chaves da coligação de Israel, diretamente de Moisés; as chaves do selamento, diretamente com Elias; o trabalho no templo. Ele aprendeu das escrituras; de anjos; servos ministradores enviado dos céus e do próprio Pai e do Filho.
O seu legado é imenso. Por meio de seu chamado profético, como o profeta da restauração, aprendemos doutrinas que se perderam em razão da apostasia. Eu listo algumas dessas doutrinas:
  1. O Pai, o Filho e o Espírito Santo são seres separados, com identidades próprias, unidos em propósito
  2. O plano de Salvação, que contempla a criação, queda do homem, expiação infinita e uma recompensa eterna;
  3. Crianças não precisam ser batizadas, pois não podem ser condenadas pelo pecado original de Adão e Eva;
  4. Os vínculos de parentesco formados na mortalidade poderão ser eternos se realizarmos os convênios no templo e os cumprirmos;
  5. O homem precisa da autoridade de Deus para agir em Seu nome. Assim, lhe foi revelada a doutrina do sacerdócio;
  6. A expiação é para todos, pois somos filhos e filhas de Deus. Dessa forma, todos terão oportunidade para conhecer sobre Cristo e reconhecê-lo como o Mestre
  7. Havera uma grande coligação e Israel será novamente reunida.
Essas são apenas algumas doutrinas ensinadas por Joseph, o profeta da restauração. Eu poderia escrever folhas e folhas para detalhar essas e outras doutrinas. Porém, é suficiente para mim destacar que essa doutrinas não são ideias de homens. Não decorrem de uma interpretação de um grupo de homens, mas sim de revelação, pois Joseph aprendeu dos céus. Ele não tinha educação formal; não tinha google para pesquisar ou mesmo uma biblioteca; não teve uma vida recolhida em seus aposentos dedicada à leitura e meditação, mas sim aprendeu  e escreveu tudo o que lhe foi revelado, numa vida atribulada, cheia de provações e dificuldades, com muita oposição e trabalho duro para sobreviver,
O Livro de Mórmon é o trabalho profético que se coloca como pedra angular de seu chamado. Qualquer homem ou mulher sincera, com real intento, que ler o Livro de Mórmon vai sentir pelo poder de Deus a sua veracidade. Muito críticos atacam o Livro de Mórmon e sustentam que Joseph Smith teria escrito uma ficção religiosa. As alegações mudam com o tempo mas adotam a premissa que os fatos narrados por Joseph não seriam verdadeiros. Com o devido respeito aos que pensam assim, eu só posso dizer que eles não leram o Livro de Mórmon. É impossível ler esse livro com o coração aberto e não sentir uma resposta de Deus. Admitir que um jovem fazendeiro, de pouca ou nenhuma educação formal, teria escrito um livro religioso de sua própria imaginação, sem consulta a outros livros, sem tempo para pesquisa, cujos escritos têm se comprovado cada vez mais com o apoio da arqueologia e outros achados é uma demonstração grave de corações  duros, que simplesmente se fecham às coisas espirituais.
Não bastassem todas as evidências que comprovam a veracidade do Livro de Mórmon, Joseph ainda selou sua sorte com a própria morte por ser fiel a tudo que aprendeu e ensinou. Fosse ele um enganador, teria facilmente escapado da morte, bastando para tanto que cruzasse uma ponte sobre o Rio Mississipi e fugisse da jurisdição dos que desejavam a sua morte.
Quanto mais eu leio sobre esse grande profeta, mais o meu testemunho de seu chamado divino cresce em meu coração. Ele morreu jovem, aos 38 anos, mas deixou um legado imenso. Eu já vivi o suficiente para ver que Deus opera seus milagres por meio de coisas pequenas. O chamado de Joseph Smith é um desses exemplos. Um jovem trabalhador da terra, que desejava aprender de Deus, que viveu pouco, foi chamado como o profeta da restauração. T
Mais que toda e qualquer evidência, há o poder testificador do Espírito Santo, que está acessível a todos que buscam com real intento um testemunho desse grande profeta. Eu sei que ele foi chamado por Deus. Eu sei, pelo poder do Espírito Santo, que ele recebeu as chaves dessa dispensação. Sei que era necessário uma restauração de todas as coisas e que Joseph foi chamado para esse propósito. Sei que não preciso depender de homens e de suas interpretações, mas posso aprender de Deus, por meio de suas revelações.
Que possamos entender cada vez mais a natureza sagrada do chamado do Profeta Joseph Smith, para que possamos testificar de forma mais e mais poderosa sobre a restauração do evangelho de Cristo. Que possamos testificar sobre essas verdades, em especial sobre o Livro de Mórmon, uma evidência tangível, que se pode pegar e ler e então obter uma resposta poderosa,
Esse conhecimento mudou a minha vida para o bem e vai mudar a vida de todo aquele que com sinceridade e real intenção quiser aprender de Deus.
Que essa semana seja uma semana com muitas oportunidades para testificar sobre a restauração e sobre o chamado de Joseph, como o profeta da restauração. Vamos adiante, rumo aos 3.000.

Com amor,

Presidente e Sister Leite

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