“Ajudar as pessoas a encontrar alegria em Cristo”

Amados missionários,

Sister Leite e eu estamos felizes por sentir que a sua compreensão acerca da doutrina de nosso potencial divino e expectativas elevadas se ampliou. Sinto que aumentamos a nossa fé e o senso de urgência. Durante o mês de maio batizamos e confirmamos 219 pessoas. Apenas neste final de semana, confirmamos 77 pessoas. Ao olhar para este resultado eu consigo imaginar cada um de vocês se dedicando mais para estudar de acordo com as necessidades dos pesquisadores. Consigo ver o seu esforço em ser obediente com exatidão. Vejo o trabalho duro e os vejo chegando em casa talvez cansados fisicamente, mas com um coração alegre, por ter servido ao Senhor com toda sua força. Parabéns por tudo que fazem! Como sempre digo, há continuamente espaço para melhorar, em especial no diz respeito ao envolvimento com os membros. Eu os convido a continuar a acelerar esta grandiosa obra e assim levar mais alegrias aos nossos irmãos.

Alegria em Cristo

Nesta semana, eu gostaria de escrever acerca da alegria profunda que encontramos por eleger o Salvador como o alicerce de nossas vidas. Alegria essa que não se dissipa diante das provas da mortalidade. Escrevo também sobre o nosso encargo de ajudar as pessoas a sentir esta mesma alegria.

Há uma verdade que todos nós precisamos compreender. Ninguém passará por esta vida sem sentir as dores e provações da mortalidade. Leí ensinou a seu filho Jacó que é necessário que “haja uma oposição em todas as coisas” (2º Néfi 2:11). Alma, ao visitar os Zoramitas apóstatas, se deparou com um povo que havia negado as verdades aprendidas. Imagine a sua tristeza, ao encontrar um povo irmão totalmente em apostasia. Sua aflição ficou assim registrada“ Ó, Senhor Deus, até quando permitirás que exista tal iniquidade e infidelidade? Ó Senhor, dá-me forças para suportar minhas fraquezas, pois sou débil e a iniquidade deste povo contrista-me a alma. (Alma 31:30)” Ele estava com a sua alma contristada e orava por forçar para suportar suas fraquezas.

Em João 16: 33 o Senhor também nos alerta : “no mundo tereis aflições”. No entanto, Ele mesmo nos diz “mas tendes bom ânimo” e conclui ao dizer “ eu venci o mundo”

Todos, sem exceção, passaremos por aflições. Na sábado, recebemos a notícia que um parente próximo faleceu de forma repentina. Uma tia, de aparente boa saúde, teve um AVC  e veio a falecer. Ficamos tristes, mas ao mesmo tempo, encontramos esperança, alívio e um bálsamo consolador em Cristo.

Ora, se todos nós passaremos por aflições, como é possível falar em alegria? Será que poderemos sentir alegria somente quando tudo está bem e nos vemos distantes das aflições? Em verdade, independentemente das aflições, podemos e devemos desenvolver uma alegria profunda, que não nos será tirada com as aflições da mortalidade. Alma, ao experimentar a terrível aflição com os Zoramitas, orou ao Senhor e Dele recebeu a dádiva para que eles e seus filhos tivessem a “força para que não padecessem qualquer espécie de aflição que não pudesse ser sobrepujada pela alegria em Cristo”(Alma 31:38). 

Que grande benção é ser um missionário e representante de Cristo e assim aprender,  no curso de nossas missões, como um protótipo de nossas vidas, que não haverá aflições que não possam ser sobrepujadas pela alegria em Cristo. Que a alegria em Cristo, cultivada ao longo de uma missão e mesmo depois dela, vai estabelecer um alicerce espiritual a nos dar forças para suportar aflições por meio da alegria em Cristo.

Deixe-me compartilhar algumas dessas alegrias em Cristo, construída a partir de obras diárias de retidão. 1) Na Estaca Leste, haverá um grupo de jovens que vai ao templo de Recife para trabalhar no batistério. Eles estão se preparando por meio de várias atividades. A meta do templo os aproxima de Cristo e eles cultivam essa alegria profunda por meio deste grande desafio. 2) Há pouco mais de um ano, uma família especial foi batizada na cidade de Quixadá. Hoje, o jovem Francisco Rayan dos Santos, membro da família,  recebeu o seu chamado missionário para servir na cidade de Campinas. Ele e sua família vão ser selados no templo de Recife no próximo final de semana. Esta família, ao perseverar e servir na Igreja, tem cultivado uma alegria profunda, que não lhes será tirada no curso das provações. 3) Trazer 219 almas a Cristo nos enche desta alegria em Cristo. Cada uma dessas pessoas foram encontradas e ensinada por vocês. 4) Realizamos o casamento de 15 casais neste final de semana, os quais foram batizados em seguida. Todas essas alegrias foram construídas a partir de pequenas coisas, obras de retidão,  realizadas de forma constante. Esta alegria nos ajuda a compreender que não obstante as aflições, podemos ter a certeza que todas elas poderão ser sobrepujadas pela alegria em Cristo.

Somos agentes da expiação

A nossas alegria em Cristo aumenta na medida em que compreendemos mais acerca da expiação. Para mim, a expiação é a mais completa manifestação do poder de um Deus. Eu posso entender um pouco acerca da criação e das leis que regem o Universo; posso entender doutrinas profundas acerca da vida pré-mortal e de nosso destino eterno. Porém, por mais que eu me esforce para entender a expiação, a conclusão que chego é que ela é infinita, tanto em seu alcance quanto em sua compreensão. No entanto, compreendo o suficiente para me encher de alegria em Cristo. Sei que foi necessário um Deus para nos resgatar. Compreendo que a expiação se estende a todos. Compreendo que foi a maior demonstração de amor, mesmo um assombro, como cantamos em cada reunião sacramental. Também compreendo que quanto mais eu entendo sobre este grandioso evento, maior é o meu desejo de ajudar as pessoas a receberem a plenitude das bençãos decorrentes dessa compreensão.

Como missionários, somos agentes da expiação. Um agente é aquele que faz algo em nome de alguém. É por meio nossos testemunhos e palavras, que outros filhos de Deus poderão conhecer sobra a expiação, receber e cultivar alegria e esperança em Cristo. Como missionários, somos exemplos vivos desta alegria, demonstrada por meio da fé, da esperança, da retidão e do amoroso convite para que nossos irmãos possam vir a Cristo. Como missionários, representamos aquele que expiou por nossos pecados e temos a sagrada responsabilidade de ajudar nossos irmãos a encontrar a alegria que vem por fazer convênios com o Senhor e tomar sobre si o Seu santo nome.

Quando eventualmente eu vejo um missionário que se diz com aflições no campo missionário em razão de seu companheiro(a); que se diz com aflições em razão de sua área; que se diz com aflições em razão dos líderes da ala ou desafios normais do trabalho missionário, aflições essas a ponto de eventualmente tirar-lhe o ânimo, eu fico pensando: “qual é o entendimento dele(a) acerca da expiação?” “será que ele(a) compreende que não dá para ser um agente da expiação, tornando-a conhecida em sua área, sem alguma aflição?” “será que ele ou ela não consegue encontrar alegria em Cristo?”

Às vezes, os eventualmente aflitos, estendem suas aflições aos companheiros, missionários do distrito e zona e querem que outros “sofram” com ele ou ela. Não podemos fazer isso. Como missionários, precisamos ampliar nosso entendimento acerca da expiação e ajudar as pessoas a encontrar a alegria profunda que vem deste conhecimento e testemunho. Precisamos constantemente demonstrar a alegria que este conhecimento e testemunho nos tráz.

Minha oração é que cultivemos de forma contínua e profunda a alegria em Cristo; que ajudemos outras pessoas a conhecerem esta profunda alegria; alegria essa que não se dissipa ou se desfaz com as provas da vida, pois estão arraigadas no mais íntimo de nosso ser. Eu também oro para que você, em caso de um teste que julgues ser aflição, consiga encontrar na expiação e no Salvador, a força necessária para bem suportá-la, sem estender a outros uma visão negativa ou de sofrimento.

Também oro para que seu desejo de ajudar nossos irmãos a conhecer, sentir e testificar acerca desta alegria em Cristo possa aumentar e assim o seu trabalho possa continuar a frutificar. O homem existe, para que tenha alegria, mesmo alegria em Cristo, que vem por meio do cumprimento dos convênios com Ele.

Com amor,

Presidente Leite