CRISTO BATE A PORTA, MAS SOMOS NOS QUE A ABRIMOS
Amados missionários,
Esta semana gostaria de escrever sobre um dos ensinamentos mais belos do evangelho e como participamos dele. As escrituras nos ensinam que Cristo está à porta e bate; se alguém ouvir Sua voz, e abrir a porta, Ele entrará em sua casa (Apocalipse 3:20).
Há tantos simbolismos nesta simples passagem de escritura e eu gostaria de discuti-los com vocês.
Bater a porta - Primeiramente, o simbolismo de “bater a porta”. Como representantes de Cristo, literalmente desenvolvemos este papel. Quando falamos com todo mundo, fazemos os serões do Livro de Mórmon, buscamos referências com os membros, ou mesmo, batemos porta, estamos dando a oportunidade para que o Salvador possa adentrar a vida das pessoas. Em outras palavras, o nosso esforço em “fazer novos” nos coloca na mesma posição do Salvador de figurativamente bater as portas.
Eu não consigo imaginar o Mestre fazendo acepção de pessoas. Eu não consigo imaginar o Salvador desanimado, com medo ou preguiça de sair e fazer novos. Certamente Ele bate em “todas as portas”. Como seu representante, devemos nos esforçar para fazer o mesmo, ou seja, falar com todo mundo. Sempre que fizer um novo, tenha em mente a gravura acima: você está desempenhando o mesmo papel do Salvador, que bate à porta.
Ouvir a voz - A escritura ainda fala sobre “ouvir a Sua voz”.
Nos dias atuais, pode ser difícil ouvir a voz do Salvador nos chamando à porta. As escrituras ensinam que para ouvir a voz do Senhor, precisamos nos “aquietar”. (D&C 101.16). As pessoas correm muito todos os dias. Há tantas prioridades na vida e mesmo tantas vozes que às vezes podemos correr o risco de não ouvir as batidas do Salvador à porta. Esta é uma batida calma, silenciosa, porque o Senhor não está no vento fortíssimo, no terremoto, no fogo, mas sim na voz mansa e delicada (1º Reis 19:11-12).
Como missionários do Senhor, nós devemos levar a mesma voz calma. Isto ocorre quando nos esforçarmos para ter o Espírito Santo como companheiro senior. Portanto, bater à porta como o Salvador e levar às pessoas a mesma voz mansa e delicada da batida, nos impõe o encargo de buscarmos constantemente o Espírito do Senhor.
Fazer novos não pode ser um esforço mecânico ou estatístico. É sim um processo de busca de eleitos, daqueles que se aquietam e ouvem a voz mansa e delicada do Espírito Santo. Como representantes do Senhor, nós falamos com todos e levamos a Eles a voz mansa e delicada do Espírito. parte do indivíduo. O Salvador nunca desanima de bater às nossas portas e nos trazer a Sua voz mansa e delicada.
Abrir a porta - Agora o simbolismo que talvez seja mais relevante: “abrir a porta”.
Muitas vezes as pessoas abrem as portas para as distrações. Abrem as portas para os vícios. Abrem as portas para a discórdia. Abrem as portas para o egoísmo, para o orgulho, para a preguiça, para a desobediência. Sabemos que essas coisas também batem às portas e muitas vezes são mais ouvidas que a voz mansa e delicada.
Felizmente, o Senhor nunca para de bater às portas. A Sua batida é constante. Ele está às portas e quando nos aquietamos e demonstramos disposição ao arrependimento, a porta começa se abrir. Percebam na gravura acima que não há fechadura externa na porta em que Cristo se aproxima e bate. Esta porta abre somente por dentro. É uma decisão pessoal abrir a porta e deixar o Salvador cear conosco.
Como missionários, nós também ajudamos as pessoas a moldar a chave que vai abrir a porta. Certamente vocês já viram alguém fazer uma chave. O chaveiro parte de um modelo perfeito e então, a partir do modelo perfeito que vai abrir a porta, ele passa uma lima para remover o excesso de metal e dá à chave a forma necessária para que seja usada.
Não é um processo indolor, pois é necessário ocorrer uma mudança de forma. A chave, em seu estado original, sem se adequar ao modelo perfeito, não conseguirá abrir a porta.
Ajudamos as pessoas a moldarem suas chaves quando elas aceitam e cumprem compromissos. Quando nós as ajudamos a abrir a porta para a oração, para a leitura do Livro de Mórmon, para a visita a Igreja, para a adequação de suas vidas ao modelo perfeito. Quando ajudamos as pessoas a aceitarem e manterem as datas batismais, nós as estamos ajudando a movimentar a fechadura interna de seus corações e assim as ajudamos a abrir a porta ao Mestre.
Trabalhar duro para fazer os novos, servir de instrumento nas mãos de Deus para levar a voz mansa e delicada do Espírito, ajudar as pessoas a aceitarem e cumprirem compromissos nos coloca na posição do Salvador, como Seu representante. É um trabalho grandioso que precisa ser relizado tendo na mente e no coração a sua exata dimensão.
Não pode ser realizado mecanicamente. Não pode ser realizado sem observar as pequenas coisas. Não pode ser realizado sem a exata compreensão de que representamos aquele que bate à porta.
Como missionários, nós vamos cumprir melhor o nosso propósito, na medida em que nós mesmos ouvirmos as batidas delicadas em nossos corações. Na medida em que nos aquietarmos e nos esforçarmos para ouvir essas batidas. Quando um missionário deixa de se esforçar para ouvir essas batidas do Mestre e começa a pensar em casa, sobre o que vai fazer depois da missão, cultiva uma amizade inadequada com os membros, deixa de fazer as pequenas coisas, de fato ele ou ela está colocando um grande tampão no ouvido e poderá deixar de ouvir as batidas do Mestre em sua porta. Se ele ou ela não mudar, deixará de ser um instrumento eficaz nas mãos do Mestre para que outros possam ouvir a Sua voz.
Como missionários, nós vamos cumprir melhor o nosso propósito se olharmos constantemente ao modelo perfeito e tomarmos a firme decisão de nos moldar a Ele. Ao assim fazermos, como ocorre na formação de uma chave, o excesso de metal será removido e a porta de nosso coração será aberta ao Mestre.
Como missionários, passamos diariamente o mesmo processo de conversão que nossos pesquisadores. Cristo bate diariamente às nossas portas. Podemos ouvi-Lo e movimentar a fechadura interna ou não. É uma decisão pessoal.
É por isso que Pregar Meu Evangelho ensina que não conseguiremos ajudar alguém a se converter acima de nosso nível de conversão pessoal. Precisamos mais e mais ouvir as batidas do Mestre e abrir o nosso coração a Ele. Quando isto ocorre, em um processo de transformação contínuo, conseguimos ajudar mais e mais pessoas a passarem pelo mesmo processo.
A minha oração é que nunca nos cansemos de fazer novos, pois estamos, assim como o Mestre, batendo às portas do coração das pessoas. Sempre nos esforcemos a ter o Espírito conosco, pois os eleitos ouvirão a voz mansa e delicada. Sempre nos esforcemos para ajudar as pessoas a movimentarem a fechadura interna, por meio do convite destemido ao arrependimento e batismo.
Cristo vive, Ele é nosso Mestre amoroso e nunca se cansa de bater a porta. Ele está à porta e bate continuamente. Que possamos abrir nossas portas e ao fazermos isto, possamos ajudar muitas pessoas a também abrirem suas portas.
Lembro que este ano temos um desejo e meta. Ajudar 3.000 pessoas a abrirem as portas do coração e levá-las ao batismo, que é a porta do templo. Isto começa quando você decide fazer o mesmo em seu coração. Pondere sobre este desejo, ore sobre esta visão e trabalhe por ela.
Com amor,
Presidente Leite
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