A FÉ QUE CONDUZ AO BATISMO


Amados missionários,

Início esta mensagem com uma palavra de reconhecimento e agradecimento pela dedicação de todos vocês na semana que passou. Foram 45 batismos e 46 confirmações, simplesmente o dobro de confirmações da semana passada. Sinto que mantivemos um foco maior no trabalho, melhoramos o acompanhamento e estou certo que a semana que se inicia vai ser uma semana ainda melhor. Agradeço também a Elder Collins e Elder Louza que se esforçaram bastante para acompanhar todas as zonas e distritos. Lembre-se que esta é a última semana do mês para as confirmações. Precisamos manter o ritmo em nosso trabalho para poder abençoar a vida de muitas pessoas e alcançar o desejo de nossos corações.
Hoje eu gostaria de vos falar sobre a fé que conduz ao arrepedimento e ao batismo. Tenho aprendido que a nossa fé enquanto missionários gera o poder espiritual para auxiliar nossos pesquisadores a também desenvolver fé. Um missionário de fé, desenvolve o poder para que as coisas espirituais, os milagres, possam ocorrer.
Também tenho aprendido que esses milagres não ocorrem ao nosso tempo e vontade, mas sim ao tempo e vontade do Senhor. De nós é requerido que tenhamos fé, obediência, diligência e o compromisso firme de cumprir o propósito missionário.
A palavra “fé” aparece mais de 500 vezes em Pregar Meu Evangelho. Não poderia ser diferente. O Mestre que operou tantos milagres pela fé e nos ordenou a pregar o Seu evangelho, certamente inspirou nossos profetas videntes e reveladores a nos ensinar sobre fé. Dentre esses ensinamentos está, no capítulo 6, o seguinte:  “A fé conduz à ação, que inclui o arrependimento, a obediência e o serviço dedicado” . “Sua fé se manifestará por meio de sua diligência e trabalho
No Livro de Mórmon, em Alma 32:28 há uma excelente notícia. A fé é um dom e como tal pode ser  plantada e cultivada. Tem início quando damos um lugar em nosso coração para que uma “semente seja plantada”. Este lugar se forma em nosso coração quando afastamos a incredulidade.  A dúvida, acompanhada de incredulidade não forma o terreno adequado para o desenvolvimento da fé. A dúvida, acompanhada de credulidade, mesmo que seja apenas o desejo de crer, faz com que coloquemos a prova a palavra do Senhor e então a árvore da fé começa a florescer.
A fé anda de mãos dadas com a esperança. A fé caminha ao lado da confiança. A fé é a prima do otimismo. O medo caminha com a desesperança. O medo se apega ao pessimismo. A fé em Cristo nos leva a conhecer mais plenamente a expiação e nos ajuda a compreender o poder capacitador. Cristo ensinou que se a nossa fé fosse como um grão de mostarda poderíamos mover montes.
Esta semana, Sister Leite e eu estivemos em Conferência na cidade de Juazeiro do Norte. Elder Dodart e Elder Escobar, os líderes da zona, compartilharam uma mensagem sobre fé e acompanhamento, baseando-se no relato das escrituras em que Pedro caminhou sobre as águas. A mensagem deles me fez refletir e eu gostaria também de adicionar alguns pensamentos ao que nos foi ensinado.
Mateus 14 registra que logo após a multiplicação dos pães e peixes, Cristo orientou aos seus apóstolos que entrassem no barco, e que fossem adiante dele para o outro lado, enquanto Ele subiria ao monte para orar. Os versos 24 e 25 registraram que o barco estava no meio do mar sendo “açoitado pelas ondas”. Na quarta vigília da noite, ou seja, entre 3.00 e 6.00 da manhã, eles avistaram o Salvador caminhando sobre as ondas e tiveram medo, pois pensavam que era um fantasma.
Pense comigo sobre este cenário! Imagine você em um barco pequeno, no meio do mar, no final da madrugada, certamente cheio de medo e neste contexto você vê uma imagem caminhando sobre as águas. Verso 26 diz que os discípulos gritavam de medo verdadeiramente pensando que viam um fantasma.
Eles provavelmente  pensaram: “era tudo que nos faltava a esta hora do dia... um fantasma...” “já não bastava os açoites do mar??”
Eu gostaria de fazer uma analogia com este momento de Pedro!
Quantas vezes ocorreu de você enfrentar uma dificuldade na missão e começar a enxergar “fantasmas”,  ou seja,  algo negativo em sua mente?. Às vezes, o dia pode parecer como um “barco açoitado pelas ondas”. Porém, mesmo nos açoites do dia, haverá uma voz que sempre te dirá :  “tende bom ânimo, não tenhais medo”.
Assim, não há razão para ver fantasmas. Sempre que o medo ou a dúvida bater a porta, haverá uma voz de ânimo vinda do Senhor. E é esta a voz que precisamos ouvir e sobre a qual devemos agir.
Esta voz virá em resposta a uma oração. Virá durante o estudo diligente das escrituras. Ao sair para trabalhar. Ao ensinar, ao desafiar, ao trabalhar. Precisamos buscar esta voz.
Foi isto que Pedro fez. Ele ouviu a voz do Salvador e saiu do barco. Começou a andar sobre as águas...um milagre.... Ele vivia a alegria de presenciar o seu milagre. Ele não via mais um fantasma e sim o milagre.
Neste momento eu te pergunto, para a sua reflexão. E falo individualmente e figurativamente, um a um. Diante das dificuldades, você vê “fantasmas” ou ouve a voz do Senhor?  De que maneire Ele te fala? Você deixa que esses supostos “fantasmas” te amedrontem ou você segue confiante, sobre as ondas, seguindo a voz do Senhor? Você é aquele que fica no barco ou resolve sair do barco, em um ato de fé e obediência à voz do Senhor? Você vive a alegria de presenciar seus milagres?
Precisamos desenvolver o tipo de fé que vai ajudar nossos pesquisadores ao arrependimento e batismo. Para isso, não podemos deixar que supostos fantasmas nos atrapalhem a ouvir a voz mansa e delicada do Senhor. A matéria prima desses fantasmas é formada muitas vezes de pequenas coisas. É a falta da obediência com exatidão; é ser vagaroso para lembrar os milagres já vividos. A negligência com as pequenas coisas, resulta em um fantasma que nos impede de presenciar milagres.
Por outro lado, atos que cultivam a semente da fé vão fazer com que possamos ouvir a voz do Senhor continuamente. Atos de fé, ainda que pequenos, vão nos levar a caminhar sobre as águas.
Se vez ou outra você se sentir afundando e não caminhando sobre águas, esteja certo que o Senhor vai te ajudar. Basta fazer como Pedro, depositar sua fé em Cristo   e dizer: “Senhor, salva-me” e o Senhor vai estender a Sua mão para te ajudar.
A missão tem a beleza de nos fazer sentir como Pedro. Nos ajuda a aprender a afastar os fantasmas e a ouvir a voz do Mestre. Também nos ajuda a desempenhar o mesmo papel do Salvador, ou seja, estender a mão aqueles que eventualmente se afundam. Seja no papel de Pedro ou no papel do Salvador, todas essas ações estão alicerçadas na fé no Salvador.
Hoje eu presenciei um milagre! Neste domingo, eu assitir a conferência da Estaca Maracanaú. Foi uma bela conferência em que aprendemos muito. Ao final, a oração de encerramento foi feita por uma jovem chamada Beatriz ou simplesmente “Bia”. Eu me lembro dessa jovem. As primeiras vezes que ela foi à Igreja ela tinha um cabelo colorido. Usava alguns piercings. A sua imagem inicial poderia ser vista como alguém que não aceitaria o evangelho. Porém, o seu processo de conversão é um verdadeiro milagre. Ao ouvir a sua oração e a forma tão poderosa que ela se dirigia ao Senhor, eu chorei. Pensei comigo, eis aí o maior milagre de todos, a conversão de uma filha de Deus.
Que possamos ser o tipo de missionarío que desenvolve a fé para afastar os fantasmas e vivenciar os milagres. Que possamos ser o missionários que vão ouvir a voz mansa e delicada do Senhor. Quando Ele disser – “Vem”, que possamos fazê-lo sem hesitar. Que possamos caminhar sobre as águas e se precisarmos de ajuda, que tenhamos a fé necessária para buscar o Senhor.
Sei que Cristo vive, Ele está pronto para nos ajudar.
Que esta semana, além de ouvirmos a voz do Senhor, sejamos aqueles que vão dizer aos nossos pesquisadores “Vem”; vem ao arrependimento; vem ao batismo; vem para Cristo.
Com amor,

Presidente Leite


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